Em Maio de 2018 o Brasil viveu um
período conturbado entre os dias 21 e 30 daquele mês, durante o
governo do presidente Michel Temer.
O
estopim para a greve de caminhoneiros autônomos (Crise do diesel),
foram
os
reajustes frequentes e sem previsibilidade mínima nos preços dos combustíveis,
principalmente do óleo diesel,
realizados pela estatal Petrobras com
frequência diária, pelo fim da cobrança de pedágio por eixo
suspenso e pelo fim do PIS/Confins sobre
o diesel.
Milhões
de brasileiros, entre eles eu, desconheciam os detalhes geradores da
crise, mas
a sentiam na prática.
Em
postos de combustível no Brasil, abastecer é até mais confortável
do que nos Estados Unidos, onde para abastecer você precisa descer
do carro, inserir o seu cartão de crédito, desengatar o injetor e
abastecer. Já em nosso país, não temos a cultura do
autoatendimento e contamos com o serviço de funcionários para isso,
bastando entregar a chave, pagar e seguir viagem sem sair do conforto
do banco. Algo rotineiro assim virou ‘passado’ na crise, e
passamos a enfrentar filas enormes para abastecer, ou deixar o carro
na garagem para usar o transporte publico, aulas foram suspensas,
empresas fechadas, milhões de animais morreram por falta de ração,
supermercados beiravam o vermelho no estoque, enfim, o caos parecia
estabelecido.
Os
nove dias de tumulto pareceram muitas semanas, em função dos
transtornos causados,
mas lembro que ao fim daquele período, o simples exercício de olhar
para o odômetro, concluir a necessidade de combustível, escolher um
posto, entrar e ter à espera o prestativo trabalho de um colaborador
local, me traziam o alívio de ter de volta aquele serviço tão
essencial e básico de nossa rotina.
Nosso
olhar também foi voltado em especial para o caminhoneiro,
trabalhador que quase literalmente leva o Brasil sobre seus eixos,
sem o qual a nação para.
As
coisas que nos cercam não são perenes, é preciso dar valor a todas
as pessoas que desempenham as mais diferentes atividades e que nos
possibilitam, pelos recursos que produzem e pelo serviço que
prestam, conviver em sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário