sábado, 7 de novembro de 2020

Uma história contada por meu pai


 

Acho interessante quando, mesmo em meio a era da internet de alta velocidade, com todas as inovações por ela trazidas, pais ainda contam histórias a seus filhos, usando livros a cabeceira da cama ou em meio a um bate papo na sala de casa, numa reunião familiar, quando os filhos já são crescidos. Assim foi, que ouvi e concluí com muito orgulho, uma história vivida por meu pai, antes não sabida.


Há alguns anos, quando trabalhava como motorista profissional na cidade de Guarujá, conhecida como “a pérola do Atlântico”, conduzindo um ônibus de transporte coletivo, acidentalmente, após o desembarque de um passageiro com sua esposa, movimentou o ônibus para a partida, derrubando as sacolas de compras do casal. Muito agressivo, o homem vociferou muitos palavrões e investiu contra o ônibus com pancadas e ameaças, indo embora ainda esbravejando.


Meu pai me confessou ter ficado triste pelo episódio. No entanto, dia depois, dirigindo pela cidade, reconheceu o cidadão furioso daquele dia e então resolveu pedir licença ao passageiros para ir falar com o homem:

- “Olha, eu sou o motorista que derrubou sem querer as suas compras, o ônibus é grande e o senhor estava fora do meu campo de visão… quero pedir desculpas e dizer que não foi por mal… e pagar qualquer prejuízo que tenha tido”…


Ao que o homem respondeu:

- “Imagina, fiquei aborrecido de momento, mas o senhor não me deve nada”…


Meu pai conta que se despediram com um cumprimento pacífico e desejos mútuos de sucesso…


Meu pai sempre foi um homem maravilhoso, trabalhador e amoroso… No entanto, algumas vezes se deixava levar por um temperamento “pavio curto” que se mostrou evidente por várias vezes no decorrer de sua vida. Mas, ao viver a experiência de um novo caminho de fé, que o levou a uma autoexame de consciência, passou a cada vez menos, esboçar momentos de aborrecimento explícito.


Não… Ele não zerou essa questão em sua vida, vez ou outra se mostra chateado mas em muito menor proporção do que no passado. O que temos dele, é cotidianamente, um homem de fé, de valores e princípios e que demonstra amor aos que o cercam e que o amam também.


A história acima, contada por ele, tende a ser algo simples, porém de grande valor pois o caminho da superação do próprio ego e da oferta do perdão é algo de que o mundo precisa de forma urgente. Se assim fosse, viveríamos num mundo de paz e de amor constante.


Que bom, ter em meu pai, um exemplo de que o ser humano pode e deve ser cada vez melhor.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Onde você estava?


 

A cada ano, a pergunta se repete: Onde você estava em onze de setembro de dois mil e um? Ao chegarmos em dois mil e vinte, alguém com menos de dezenove anos de idade não terá o que responder mas alguém com quarenta anos mais ou menos, provavelmente se lembre.


Eu tinha vinte e um anos.


Naquele dia eu estava saindo do escritório da empresava em que eu trabalhava e ao chegar numa esquina próxima, onde havia uma árvore muito alta ouvi alguém dizer que um avião havia se chocado com um prédio em Nova York. É claro que me causou espanto, mas nada comparado a instantes depois ouvir que uma segunda aeronave havia colidido em um edifício vizinho e associado a esta segunda informação, ouvi pela primeira vez, ao ver os diversos aparelhos de TV repercutirem ao vivo, pela primeira vez a palavra ‘terrorismo’ sendo associada a esse evento.


Pouco depois, aquele dia se revelaria ainda mais aterrorizante nos plantões de notícias: outra aeronave se chocando no Pentágono, sede militar norte-americana e mais uma caindo na Pensilvânia.


Todos aqueles quatro voos tinham como destino a ensolarada Califórnia na costa oeste do país: Los Angeles e São Francisco eram as cidades a que chegariam os aviões, caso aqueles dezenove sequestradores não houvessem dizimado tanto a tripulação, passageiros, quanto os trabalhadores das duas torres do World Trade Center.


Com o passar do tempo e conforme as investigações iam avançando, informações chocantes vinham ao público: a luta dos passageiros do voo 93 da United para dominar os terroristas, as palavras de despedida dos passageiros por meio de seus telefones celulares enquanto as aeronaves rumavam para as torres gêmeas do WTC… Cada vida perdida em solo ou no ar, causava a reflexão: “E se fosse eu ali?”


Dezenove anos depois, ainda penso sobre isso…


A verdade é que como sempre na vida, achamos que o controle da vida está em nossas mãos… Nada é tão enganoso como pensar assim. Nenhuma daquelas pessoas fazia a menor ideia de que seus voos jamais aterrissariam, nada além de que estariam logo em breve chegando a costa oeste pra seguirem suas vidas, fazia parte de seus planos para aquela manhã.


Gosto de fazer reflexões que embora pareçam óbvias, desafiam nossa arrogância de gerência total sobre nossas vidas. Penso que nossa vida só não é melhor do que ela poderia ser porque costumamos procrastinar as mudanças que seriam vitais para uma vida mais produtiva, feliz e que fizesse diferença na vida daqueles que ficariam depois…


Aqueles terroristas destruíram a si próprios e também a milhares de pessoas. Há corpos que nunca foram encontrados, pois foram totalmente desintegrados; no entanto, muitos ali apesar de terem se transformado em cinzas, continuaram fazendo a diferença na vida de suas esposas, maridos, filhos, netos, irmãos, amigos, etc… Pois antes de embarcarem, haviam construído e edificado suas vidas em valores que não se desintegram pela violência mas se solidificam e eternizam pelo amor.


A cada vez que preciso de embarcar num voo eu lembro disso e fico feliz a toda vez que chego ao meu destino mas também penso no que ficará da minha vida para os outros, caso eu não chegue ao meu destino programado e claro isso se refere a todos os outros “voos” da minha vida. E quanto a você? Se seu “voo” for desviado da rota original, o que ficará de você?

sábado, 5 de setembro de 2020

Meus Brinquedos


 Você consegue lembrar dos seus brinquedos de infância? Tenho certeza de que, pelo menos, alguns deles foram mais marcantes e te fazem lembrar de uma época maravilhosa possivelmente. Enquanto descrevo a seguir alguns dos meus favoritos, talvez você faça o mesmo com as suas lembranças.


Talvez o primeiro do qual me lembre, é um telefone de corpo amarelo e base vermelha, que era muito bonito, tinha um discador funcional, um fio em formato espiral e era de um acrílico bem resistente ainda sim era bem leve. Tenho uma foto com ele de quando eu tinha uns 3 anos e minha irmã era ainda bebê. A partir de então, tive muitos brinquedos, como carrinhos que se moviam por fricção, tive uns dois “Trombada” que eram carrinhos famosos na época por simularem colisões os deformavam e que voltavam ao normal apenas fechando suas portas; lembro também de um avião que simulava decolagem e aterrissagem da extinta aérea norte-americana – PanAm; um ônibus eletrônico que era réplica dos que eram usados no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris; um lindíssimo Mercedes-Benz sedã em escala 1/24 e muitos mais.


Curiosamente nunca tive vídeo-game, por uma razão muito simples, meus pais acreditavam que não era o tipo de brinquedo que fosse boa influência, apesar de vez ou outra, terem me permitido jogar na casa de amigos, jogos de corrida ou de desafios, mas nunca de batalhas ou lutas. Depois de adulto, continuei a gostar do mesmo tipo de ‘game’ e nas raras vezes que uso um jogo no computador, os temas são: simulação de voo e corrida ou desafios como desvendar enigmas e ainda jogos de xadrez. Até hoje não suporto jogos de luta por exemplo. Não entendia, como colegas meus amavam gastar dinheiro em fliperamas, sendo tão viciados que davam socos na máquina, quando perdiam uma ‘luta’. Mesmo com grandes hardwares como Playstation e Xbox atualmente, não me animo com esses tipos de jogos.


O que me faz relembrar essa parte da minha infância hoje, é um tipo de paradoxo que não somente eu mas como qualquer criança que chega a idade adulta, vive.


Nossos brinquedos expressam a vontade de deixarmos logo de ser criança pra ser gente grande. ‘Dirigindo’ nossos carrinhos por estradinhas feitas na terra, ‘pilotando’ nossos aviõezinhos com propulsão manual ou ainda enchendo de água o tanque de casa pra ‘navegar’ com nossos inafundáveis barquinhos ou naviozinhos.


Quando crianças ignoramos as pressões da vida adulta que são o ‘outro lado da brincadeira’ e que somente são conhecidas quando ‘chegamos lá’. Somente então é que o paradoxo que citei aqui, começa a ‘dar as caras’. Olhamos para o passado e pensamos em quão bom seria que nossa única preocupação com o carro, fosse buscá-lo na caixa de brinquedos e não listarmos mentalmente o IPVA, DPVAT, Licenciamento Anual, revisão, manutenção, acidentes, insegurança… Ou ainda, que nossos filhos precisassem apenas de serem guardados naquela mesma caixa, com roupinhas que ‘sujam’ apenas na imaginação das mamães de bonecas com suas mamadeiras de 5 ou 10 ml de água e não precisassem de educação, vestimenta, alimentação, assistência médica e odontológica e a lista segue…


Claro que você entendeu que não estou dizendo, que filhos sejam dispensados desses cuidados. Minha argumentação tem a ver com o paradoxo e não com o amor que temos por nossa prole.


A verdade é que adultos não podem regressar para sua infância mas as crianças irão tornar-se adultas, portanto, pessoas grandes devem fazer tudo o que tiver ao seu alcance para que crianças vivam apenas a sua infância. Sim, com carinhos, bonecas, jogos mas longe da erotização ou vícios dos adultos que não tiveram, por qualquer razão, uma infância saudável.


Não estou afirmando também que a vida adulta seja somente de fardos, aliás, está muitas vezes em nossas mãos, buscar um pouco das nossas raízes em nossos primeiros anos; não poderemos mais entrar em um ‘Delorean’ e voltar para nossa caixa de brinquedos, mas algo daquela época ainda está em nós e sendo assim, podemos relembrar esses momentos e deles tirar alguns bons aprendizados e valores, seguindo então pela vida com mais leveza.

sábado, 29 de agosto de 2020

A carteira


 Perder é sempre ruim, seja uma perda grande ou pequena. Inversamente proporcional é a sensação de encontrar alguma coisa, podendo ser algo que se buscava intensamente ou aquilo que já se tinha dado como perdido. Há ainda aquelas situações nas quais encontramos coisas que não nos pertencem mas também não pertencem a mais ninguém e as somamos aos nossos ganhos ou quando possível a localização do(a) dono(a), podemos ter a satisfação de devolver aquele pertence.


Passamos a vida perdendo coisas e a perda de uma carteira é algo mais do que corriqueiro.


Lembro da vez em que perdi uma carteira quando eu voltava de um compromisso num sábado pela manhã. Na verdade só percebi a perda ao chegar em casa. Na hora aparece um sentimento ruim no meio do peito e em seguida a tensão do que aquela perda vai gerar – no meu caso, perdi algumas centenas de reais e ainda meus documentos como a habilitação para dirigir. Isso representava contas que não seriam pagas e horas perdidas para conseguir novos documentos.


Tentei ainda refazer o caminho no desejo de quem sabe, encontrar essa carteira num canto do caminho, torcendo para que uma pessoa mal intencionada não a encontrasse primeiro mas não tive sucesso.


No dia seguinte, uma viatura policial parou em frente a minha casa e dois agentes da polícia me chamaram pelo nome, o que me causou estranheza, mas ainda sim não associei essa visita inesperada com a perda da minha carteira, no entanto era justamente essa a razão pela qual eles estavam ali. A carteira foi encontrada a cerca de duzentos metros do caminho em que eu havia passado – nela estavam meus documentos mas o dinheiro foi todo roubado. “Gentilmente” eu suponho, deixaram os documentos jogados para que talvez eles chegassem até mim de volta, já que o mais “interessante” já estava ‘ganho’.


Inicialmente fiquei grato aos policiais que me trouxeram a carteira mas logo me preencheu a sensação de revolta ao pensar que o meu dinheiro ganho com trabalho honesto estava sendo desfrutado por uma pessoa oportunista e desonesta. Fui tentado também a supor uma possível desonestidade daqueles agentes, mas o correto é que o primeiro pensamento seja de confiar nos homens da lei.


E aqui reside a minha reflexão: pelo fato de sermos bombardeados por notícias de corrupção no ambiente público, em especial em instituições em que a justiça e a honestidade jamais deveriam ser objeto de questionamento, somos levados a ver com desconfiança muitos agentes públicos, reputando-os como potencialmente desonestos. Ao pensar assim cometemos também possíveis injustiças, pois culpar inocentes também é grave, mesmo que isso seja apenas feito num ambiente privado, pois pode tornar-se hábito para nós culpar quem não merece culpa e então podemos, sem o devido e correto senso crítico, injustiçar pessoas pelo caminho.


Só quando somos alvo de injustiças é que estamos gabaritados a entender quem é vítima delas. E pensar nisso me leva a lembrar aquela conhecida expressão popular: “Não queira para os outros, o que você não quer pra si”.

sábado, 22 de agosto de 2020

Mudar é preciso

Fernando Pessoa, o ilustre poeta português mas tão presente na cultura brasileira, imortalizou na literatura: “navegar é preciso, viver não é preciso”. Ao dizer isso, Pessoa não desprezava o valor da vida, mas enfatizava que para navegar é necessário planejamento, cálculos, entre tantas outras coisas, porém, na vida nem sempre há precisão, sendo que muitas vezes ela é imprecisa, surpreendente, imprevisível…

Tomo a liberdade a partir daqui, de parafrasear o autor lusitano e digo que “mudar é preciso” não apenas no sentido da necessidade mas também no sentido da exatidão. A vida pressupõe movimento e este por sua vez demanda mudança, seja no tempo, no espaço ou em ambos.

De modo prático, não estar disposto a mudança leva a nossa vida a um ponto inercial e improdutivo. Agarrar-se ao que conhecemos, como que fugindo das mudanças que certamente trazem o desconhecido, um dia nos porá frente a situações nas quais não saberemos como agir.

Recentemente, após muitos anos, mudei de casa, indo morar a milhares de quilômetros em distância. A mudança não foi apenas da região em que morava, mas da vida que eu tinha. Foi uma mudança necessária e muito importante no meu crescimento pessoal e de minha família também. Hoje, eu encaro as mudanças da vida como inevitáveis e transformadoras, nem sempre elas são fáceis mas por serem factíveis na vida, demandam de cada um de nós uma decisão do que fazer quando estamos diante delas: ou nos adaptamos a elas e crescemos num contexto de “360 graus” ou esmorecemos e quedamos silentes, aterrorizados, confusos e talvez até depressivos.

É verdade que é mais fácil falar do que fazer, mas também é verdade que mudanças podem ser oportunidades maravilhosas de fazer a nossa vida tão plena como sequer poderíamos imaginar um dia. 

Dizem que toda viagem (aqui significando mudança) começa com um primeiro passo, e é verdade, mas eu entendo que uma viagem, seja ela de que tamanho for, começa um pouco antes: nasce dentro de nós, em nossa decisão.

domingo, 21 de junho de 2020

A Tartaruga Marinha


Foto: Pixabay

Andando pela areia da orla de Santos, que por sinal estava bem sossegada, vi a uns 30 metros, uma tartaruga marinha daquelas enormes que parecia estar saindo da água naquele momento… Enfiei a mão no bolso pra encontrar o smartphone rápido pra não perder a cena… Só pra me frustrar logo depois e perceber que o último bip que eu tinha ouvido não era sms e sim a bateria dando “adeus”…
Mesmo assim, me animei e corri para, pelo menos, admirar a beleza fantástica daquele animal… Talvez num raio de 100 metros não havia mais ninguém, assim fiquei a vontade pra me aproximar… Percebi que ela tava paradinha com a cabeça erguida e imponente como se estivesse olhando o mundo fora d’água com curiosidade… 
A água quebrava em seu casco continuamente… Só que algo me chamou a atenção… Havia um filete de sangue que saia da lateral da cabeça… Chocante olhar pra ela e perceber então que estava morta, parecia viva, majestosa, linda mas já não havia nada a fazer… Ainda fiquei olhando um tempo pra ela, compadecido da cena… “Que pena” – divagava eu nos meus pensamentos… Ainda triste comecei a me afastar, mas não olhei pra trás até tomar certa distância… Só então quando sua imagem era apenas um ponto distante naquela faixa de areia foi que vi, ávidos urubus começarem a despedaçá-la… Nem preciso dizer que uma bela tarde de descanso e contemplação aos pés do mar, acabou com meu dia… Esse caso parece com a vida que muitos de nós levamos, parecemos vivos, cabeça erguida, olhar altivo mas… Estamos “morrendo na praia”… 

O problema além disso, são os muitos abutres que nos cercam… Talvez em muito dependa de nós, sermos dilacerados ou não, mas vale lembrar que “aves carniceiras” NÃO se alimentam de seres “VIVOS”… Tenha uma vida muito feliz!!!





sábado, 13 de junho de 2020

Os meus sapatos e a política




Pensando cá com os meu botões a respeito da "bendita" política de nosso país (e em quem sempre argumenta que papo de política é assunto chato, engrossando a massa daqueles que tornam-se responsáveis por sua omissão, pela deterioração da nossa democracia), lembro das várias oportunidades em que conversei com autoridades nesse país...

Certa vez fui convidado a uma convenção política em um clube elitista e ao transitar pelos amplos salões do lugar, notava que a maioria dos filiados e políticos importantes, ostentavam-se como se estivessem em uma redoma, alheios a tudo o que acontecia lá fora e o assunto em nenhum momento era o que fazer pelas pessoas nesse país, mas sim o que articular para promover esse ou aquele nome do partido para que fossem eleitos no próximo pleito, confesso que me senti desconfortável com tudo aquilo e embora eu estivesse num ambiente maravilhoso, com uma linda vista para a piscina de borda infinita que, parecia misturar-se ao mar logo em frente, abastecida por uma cascata lindíssima que, fazia uma pequena névoa ao chocar-se com a lâmina d'água e sendo interpelado várias vezes pelos garçons do evento se eu desejava me servir disso ou daquilo, ainda sim senti-me deslocado ali...

Em outra oportunidade, tive uma audiência de trabalho com o prefeito da minha cidade (que mais tarde seria o governador do estado). No corredor de acesso ao gabinete, havia lindos quadros de valores vultosos, móveis finos junto a outros caros vasos. Antes de sentar-me próximo ao prefeito, meus sapatos ‘afundaram’ em um tapete muito macio. Ali entre um assunto e outro ficava lembrando de quantas vezes havia sujado aquele mesmo sapato por não haver asfalto nas ruas que eu precisava usar todos os dias, mas claro que políticos não pisam em lama na maior parte de seus mandatos. Seus filhos não disputam vagas em escolas públicas, suas famílias quando precisam de pronto atendimento em saúde, o fazem no Albert Einstein ou Sírio Libanês, entre outros...

Há um certo alvoroço recente pelas prisões de políticos de alto escalão no país, mas a verdade é que nenhum deles vai receber a punição devida, não ficarão presos por muito tempo. E de quem é a culpa? Minha que não é pois sei o que é votar de forma decente. A culpa é de todo brasileiro retardado que gosta de musiquinha (jingle) de campanha; culpa daquele que acha uma honra um político entrar em sua casa em época eleitoral pra pedir votos e quando vai embora e é eleito continua te deixando literalmente na lama; culpa de quem acha correto os "cafézinhos" para se livrarem de multas e coisas parecidas (gente assim é tão bandida quanto qualquer um desses corruptos) e principalmente, a culpa pela desgraça política nesse país é de quem fala que política é uma m... porque são justamente esses, que fazem m... na hora de votar e deixam o Brasil na m... e a m... respinga em quem NÃO FAZ M...


Uma história contada por meu pai

  Acho interessante quando, mesmo em meio a era da internet de alta velocidade, com todas as inovações por ela trazidas, pais ainda contam ...