Foto: Pixabay
Andando
pela areia da orla de Santos, que por sinal estava bem sossegada, vi
a uns 30 metros, uma tartaruga marinha daquelas enormes que parecia
estar saindo da água naquele momento… Enfiei a mão no bolso pra
encontrar o smartphone rápido pra não perder a cena… Só pra me
frustrar logo depois e perceber que o último bip que eu tinha ouvido
não era sms e sim a bateria dando “adeus”…
Mesmo
assim, me animei e corri para, pelo menos, admirar a beleza
fantástica daquele animal… Talvez num raio de 100 metros não
havia mais ninguém, assim fiquei a vontade pra me aproximar…
Percebi que ela tava paradinha com a cabeça erguida e imponente como
se estivesse olhando o mundo fora d’água com curiosidade…
A
água quebrava em seu casco continuamente… Só que algo me chamou a
atenção… Havia um filete de sangue que saia da lateral da cabeça…
Chocante olhar pra ela e perceber então que estava morta, parecia
viva, majestosa, linda mas já não havia nada a fazer… Ainda
fiquei olhando um tempo pra ela, compadecido da cena… “Que pena”
– divagava eu nos meus pensamentos… Ainda triste comecei a
me afastar, mas não olhei pra trás até tomar certa distância…
Só então quando sua imagem era apenas um ponto distante naquela
faixa de areia foi que vi, ávidos urubus começarem a despedaçá-la…
Nem preciso dizer que uma bela tarde de descanso e contemplação aos
pés do mar, acabou com meu dia… Esse caso parece com a vida que
muitos de nós levamos, parecemos vivos, cabeça erguida, olhar
altivo mas… Estamos “morrendo na praia”…
O
problema além disso, são os muitos abutres que nos cercam… Talvez
em muito dependa de nós, sermos dilacerados ou não, mas vale
lembrar que “aves carniceiras” NÃO se alimentam de seres
“VIVOS”… Tenha uma vida muito feliz!!!